quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Alimento Vivo

A diferença do alimento vivo
Mesmo os granívoros necessitam de alimento vivo. No estado selvagem todas as aves acabam por ingerir alimento vivo em especial quando alimentam as crias. Muitas espécies têm ciclos reprodutivos coordenados com as chuvas e os insectos e vida vegetal que estas trazem.

Para os insectívoros é indispensável fornecer aos pais insectos e larvas para alimentarem as crias e até mesmo para que se mantenham saudáveis pois são aves muito curiosas e activas e adoram perseguir "proteínas com pernas".

As principais formas de alimento vivo são o "asticot" (larvas de mosca), as trelas (larvas de um coleóptero), minhocas, vermes brancos e moscas da fruta (drosophilas). Não é necessário ter todas estas variedades, mas se possível isso seria o ideal. Acima de tudo vai depender das espécies com que trabalhamos. Os exóticos mais pequenos como o peito-de-fogo precisam de insectos também pequenos e o melhor são as moscas da fruta e os vermes brancos, aves maiores como o peito-celeste podem criar os filhos com trelas pequenas e asticot (embora adorem os afídios), os insectívoros puros preferem larvas grandes e minhocas, e até mesmo alguns pedaços de carne.

A principal função do alimento vivo é fornecer proteína. Não é que esta não exista nas papas com que suplementamos os granívoros em criação, trata-se mais de um problema comportamental e instintivo em algumas espécies.Os estrildídeos pequenos, alguns fringilídeos e obviamente os insectívoros, quando têm crias procuram instintivamente alimento vivo para elas, mesmo tendo as papas ali à frente e mesmo que as consumam! Os peitos de fogo por exemplo consomem facilmente papa de insectívoros, mas não a dão às crias porque nos primeiros dias tentam encontrar alimento que lhes entreguem no bico e não seja regurgitado (papas e sementes). O mesmo se passa com os insectívoros, quem alguma vez vir uma casal de insectívoros alimentar as crias repara que o modo como o fazem não é igual ao dos granívoros puros que enfiam a comida dentro do bico das crias, nos insectívoros a comida é geralmente largada no interior do bico sendo depois engolida pela cria.

Existem duas hipóteses de se fornecer alimento vivo, ou criamos nós mesmos esse alimento sob diversas formas, ou então podemos recorrer a boas lojas ou empresas que fornecem este tipo de alimentos e fazem a entrega por correio. (Livefood Company)

"Asticot"
São pequenas larvas brancas com cerca de 1-2cm de comprimento. Não é dos melhores alimentos vivos mas ganha vantagem por ser muito fácil de encontrar na maioria das lojas de pesca, pois é usado como isco. Além do mais são relativamente baratos, podendo comprar-se em grande quantidade. Não devemos comprar muito porque as larvas desenvolvem-se e transformam-se em moscas, o que podemos atrasar se as deixarmos no frigorifico.

O problema destas larvas é que são criadas em carcaças de animais mortos e podem transmitir algumas doenças. Já vi referências a botulismo, uma doença causada pelas bactérias Clostridium botillium que produzem um dos venenos mais poderosos que se conhece. Uso asticot há vários anos, até como pescador, e nunca tive nenhum problema com isso. Tenho cuidado de manter as larvas numa mistura seca de farelo e serradura no frigorífico e lavá-las muito bem na torneira antes de dar aos pássaros, o que é muito fácil de fazer com uma rede ou passador.


Já tentei ferver as larvas depois de lavadas, mas como é lógico isso causa a sua morte e as aves preferem receber o alimento vivo.

Bichos da farinha ("Trelas")
As trelas são a fase larvar de um escaravelho (Tenebria molinitor). São um bom alimento, mas com muita gordura, pelo que temos de ter atenção e não exagerar nas quantidades oferecidas. Não são fáceis de comprar e relativamente caras, pelo que a hipótese é formar uma cultura e reproduzir estas larvas.
Fig.- Bicho da farinha adulto.

Não é difícil de criar, mas requer cuidados e algum trabalho especialmente até se encontrar o equilíbrio certo entre a quantidade produzida e a consumida. Acontece muitas vezes que não temos larvas disponíveis quando precisamos.

Eu mantenho uma cultura em recipientes de plástico largos. Num deles estão os escaravelhos adultos que põem os ovos. Cada duas semanas tiro estes escaravelhos e coloco-os num recipiente novo com uma mistura de farelo, serradura, germen de trigo, flocos de aveia e uns pedaços de maçã para manter a humidade, voltando a colocá-lo no mesmo sítio.

A mistura onde estavam os escaravelhos está cheia de ovos e passo-a para o recipiente de baixo, onde as larvas se vão desenvolver. Passadas mais duas a três semana vou vendo como estão as larvas e separando estas para um mistura limpa. Este sistema permite ter larvas de diferentes tamanhos e ir gastando-as ao longo de duas semanas (dos 3 recipientes um tem ovos, outro larvas e outro escaravelhos). O inconveniente é que esta cultura, além de não ter grande produção de larvas, caso começem a morrer, exala um cheiro pouco agradável!!

Vermes brancos
São uns vermes cilíndricos muito pequenos que vivem na matéria vegetal em decomposição. São muito fáceis de manter a partir de uma cultura inicial que podemos obter procurando alguns destes vermes por baixo de uma árvore morta ou de um vaso.

Basta ter um balde ou vaso com terra de flores, uma camada fina de farelo e ir colocando semanalmente uma fatia de pão molhada em leite. Reproduzem-se muito rapidamente e é fácil retirar alguns com uma colher para dar às aves. Podemos até fazer culturas mais pequenas que se dão de uma só vez e depois reabastecemos da cultura principal.


Moscas da fruta
São fáceis de arranjar, mas temos de ser nós mesmos a criá-las, para tal basta colocar ao sol pedaços de fruta e cascas de banana dentro de um frasco. Quando vemos as pequenas moscas lá dentro tapamos o bocal do frasco com uma gaze e deixamos ficar por uma semana. As larvas desenvolvem-se e tornam-se moscas bastando abrir o frasco no viveiro. O problema é que quando abrimos o frasco muitas fogem e poucas são comidas. Em viveiros exteriores podemos fazer uma cultura maior numa caixa de plástico tapada com uma rede de dimensão que permita a saída das moscas adultas, assim existe sempre um stock contínuo no próprio viveiro. Se tivermos duas ou mais culturas podem-se alternar deixando recuperar a população de moscas e larvas.

É um bom sistema para ter em aviários exteriores com abrigo, frutas como pêra, banana e melão são óptimas para criar moscas. Em algumas situações podemos mesmo abrir as caixas e deixar que as aves procurem as larvas e moscas lá dentro desde que não existam fungos e bolores é claro.
Grilos, gafanhotos e aranhas.

São um bom alimento para os verdadeiros insectívoros, quem quiser e tiver o tempo necessário pode apanhar estes insectos pelos jardins e campos e guardá-los. É uma maneira boa para dar uma guloseima às aves, mas dificilmente se consegue ter a quantidade suficiente para manter um casal em criação.

Os gafanhotos podem apanhar-se no verão e guardar em caixas de madeira ou rede com alguma verdura e mistura de farelo, o mesmo que os grilos. Se tivermos algum espaço pode mesmo ser que se consiga reproduzir os grilos de um modo semelhante ao usado para as trelas. Grilos pequenos são na minha opinião um alimento óptimo para quase todos os insectívoros até ao tamanho dos melros.

Formigas de asa
Conhecidas entre os passarinheiros como isco para as ratoeiras na altura do outono, são estas formigas aladas que surgem para se dispersarem e formarem novas colónias. Todas as aves adoram este alimento e vê-se facilmente que as aves selvagens perseguem-nas em vôo e consomem muitas quando disponíveis.

São difíceis de criar, mas podemos apanhá-las na altura certa e deixá-las numa caixa de madeira ou plástico numa mistura de serradura e farelo com alguns pedaços de cenoura e um prato com um pouco de água no fundo. Consegue-se que durem vários meses nestas condições e, acima de tudo, que mantenham as asas que costumam cair. Todas as aves africanas adoram estas formigas em especial as maiores. Os tecelões chegam mesmo a coordenar o seu ciclo reprodutivo com o aparecimento das formigas e costumam construir inúmeros ninhos quando começam a alimentar-se delas.
Importância da alimentação...
Alimentar correctamente as aves em cativeiro pode ser mais complexo do que se pensa. Geralmente pensa-se que um canário que se tem na gaiola da cozinha pode ser mantido só com as sementes que adquirimos na loja de animais ou supermercado, o que, até certo ponto não deixa de ser verdade. Um dia pensamos em juntar uma fêmea e passado pouco tempo surgem os primeiros ovos. Tudo corre bem e passado o periodo de incubação nascem apenas 2 crias dos 4 ovos. Destas uma morre poucos dias depois de nascer. A outra dura mais uma semana e morre também antes de surgirem as penas. Muitos casais não acertam à primeira, o que até é compreensível, damos o benefício da dúvida e surge nova postura. Tudo começa bem, mas a fêmea fica desgastada rapidamente e apresenta problemas para pôr. A primeira reacção será criticar as aves e dizer que estas não são bons reprodutores, ou até mesmo criticar o criador que as vendeu...

Infelizmente poucas vezes temos a humildade de perceber que numa situação em que as aves só podem comer o que lhes damos sofrem frequentemente de carências alimentares que passam despercebidas e se vão agravando com o tempo. E se o exemplo escolhido foi um casal de canários, vamos agora pensar nourtas espécies para as quais uma gaiola de criação é algo de novo que nunca haviam encontrado em muitas gerações. Se até espécies muito domesticadas têm os seus problemas em cativeiro, o que acontecerá com outras, bem mais exigentes!


Simulando uma alimentação natural...
Em liberdade as aves comem muito mais que sementes. Mesmo os granívoros não deixam de provar algumas lagartas ou insectos que encontrem, sementes verdes, frutas e até mesmo terra e areias. Raramente se alimentam de sementes secas, a grande mairia das sementes é consumida numa fase ainda imatura, pelo menos nos períodos mais abundantes. A natureza fez com que os animais saibam o que lhes faz falta e onde o encontrar. Felizmente para completar o ciclo também fez com que a variação do alimento ao longo do ano se enquadre nos hábitos alimentares das aves (e vice-versa), ou seja, em liberdade a alimentação das aves é o mais completa possível para as suas necessidades.

Assim facilmente compreendemos que uma dieta de sementes secas e água não lhes pode dar tudo o que deveria. Antes de mais, devemos diferenciar quatro tipos de aves com alimentações distintas: granívoros, insectívoros, frugívoros e nectarígavos. Não são só os seus hábitos alimentares que são diferentes; o próprio metabolismo digestivo e ciclos anuais também diferem.

Para as aves granívoras podemos facilmente adquirir sementes em qualquer casa da especialidade a um custo relativamente suportável, dai serem as mais comuns entre os criadores e, na sua grande maioria, as mais fáceis de manter e criar. O acesso fácil ao seu alimento não quer dizer que seja um alimento de qualidade por si só, mas ajuda...

As insectívoras já podem criar alguns problemas, não pela sua dieta em si, visto também existirem diversos alimentos específicos nas lojas, mas pelas grandes exigências em alimento vivo para a reprodução e por geralmente necessitarem de dietas variadas, tal como os frugívoros para quem as dietas têm importância vital em particular na prevenção da hemocromatose, uma doença hepática grave e relativamente comum nestas aves.

Por fim os nectarívogos exigem sobretudo muito tempo e dedicação, a preparação de misturas líquidas como alimento necessita de ser diária e não podem passar mais do que cerca de 10-12 horas sem se alimentarem, e mesmo assim corremos o risco de que entrem em letargia e morram rapidamente.

Pelos nomes facilmente se deduz que estas consomem respectivamente sementes, insectos, frutas e néctar, embora possam perfeitamente comer outras coisas. Um chapim aceita facilmente sementes nas alturas de outono e um tentilhão é quase um perfeito insectívoro quando alimenta as suas crias.

Mas não é só o tipo de alimento que consomem que influencia a saúde das aves, garantindo o seu em estar. Se analisarmos o que se passa em liberdade vamos perceber que as aves não consomem o mesmo tipo de alimento ao longo de todo o ano. Existem variações climatéricas que as "obrigam" a alterar os seus hábitos alimentares. Estas variações não são de desprezar e se existem naturalmente não as devemos eliminar nos nossos aviários. Se no Inverno a escassez de alimentos obriga as aves a alimentarem-se de quase tudo o que encontram, já a abundância de alimento fresco na Primavera provoca um aumento na ingestão de vitaminas (sementes imaturas) e proteína (insectos) que constitui o principal sinal para o início da criação. No Verão à medida que as ervas secam quebra-se esse período, mas a abundância de sementes secas garante que são acumuladas algumas reservas. No Outono o periodo de muda é suportado por um novo pico de vegetação que surge com as chuvas.

Entramos assim num outro aspecto, muito mais abrangente que o tipo de alimento, e que iremos analisar com mais cuidado, o maneio alimentar anual.

Alimentação de granívoros
A maioria das aves a que temos acesso insere-se no primeiro dos grupos já referidos, alimentando-se de sementes. São várias as sementes usadas para este fim, das quais algumas espécies preferem umas e rejeitam outras. As principais sementes são a alpista, milho alvo, milho painço, milho japonês, painço vermelho, semilha (níger), canhâmo, colza, nabo, trigo, aveia, linhaça, girassol e milho. Existem muitas outras, algumas usadas em quantidades mínimas, mas que podem trazer vantagens (ou não) á saúde das nossas aves.

Os grandes granívoros como araras e papagaios consomem sobretudo girassol, trigo, milho, aveia e outras sementes de grão grande, mas uma arara pode perfeitamente comer também alpista. As espécies mais pequenas preferem os milhos alvos (periquitos) e os estrildídeos africanos chegam a ter dietas com 60% de painços. De um modo muito generalizado podemos dizer que fornecendo uma dieta com grande variedade de sementes tudo se equilibra. Só falta um pormenor que é a constituição dessas sementes e o facto de as aves as consumirem ou não.

É muito difícil apontar esta ou aquela dieta porque nunca se pode igualar o ideal, o melhor que podemos fazer é falar com outros criadores e discutir resultados e experiências, experimentar esta e aquela mistura e manter as que dão bons resultados. Além disso se pudéssemos dar a cada espécie a sua mistura mais facilmente iriamos ao encontro das necessidades especificas de cada uma delas, mas quando temos diversas espécies, por vezes em conjunto num mesmo viveiro, não é viável fazer uma mistura para cada uma delas em particular. Mesmo que estejam todas separadas por gaiolas individuais não é prático gerir vários tipos de misturas para cada uma delas. Isso seria possível para 5-6 casais, eventualmente mais alguns, mas entrando em criação em maior quantidade, o número de casais normalmente mantido (50-100/+) não permite que quando se tem várias espécies se usem misturas distintas. Apenas quando se trabalha por lotes bem diferenciados e com uma boa organização do efectivo isso é possível (mas não é fácil).

Conforme o comportamento das aves temos de ser nós mesmos a observar as suas preferências alimentares e o seu estado corporal. Isto dependerá do seu alojamento, actividade, porte, entre outros. Uma ave num viveiro exterior com vários metros de vôo pode ter uma dieta mais rica em sementes gordurosas que uma ave numa gaiola de 50cm, porque pode fazer mais exercício. Por outro lado se estamos a dar um tipo de semente que sistematicamente vemos não é aproveitado ficando no chão ou no fundo do comedouro devemos reduzi-la. O facto de em viveiros podermos usar sementes mais "ricas" e mais apetecíveis não quer dizer que o devamos fazer sem controlo.


Há algum tempo em conversa com um criador conhecido ele disse-me apenas dar 5 sementes base a todas as aves: alpista, painço, painço vermelho, milho alvo branco e milho japonês e semanalmente uma ração de sementes pretas (colza, níger e linhaça). Outros preferem fornecer 20 tipos de sementes e deixar as aves escolher. Só por curiosidade algumas misturas comerciais para fringilídeos europeus chegam a ter 27-30 sementes diferentes, algumas das quais muito pouco usadas. Acho que não será preciso tanto, se de um conjunto de cerca de 15-20 sementes podemos escolher as que as aves melhor aceitam. Não devemos nunca, como infelizmente ainda se vê em algumas lojas de animais e até em exposições, manter aves com uma única semente. Caso se opte por isso ou não disponhamos de tempo para fazer as nossas misturas, existem no mercado algumas misturas já prontas para periquitos, canários, exóticos, psitacídeos, etc, que fornecem bons resultados. Eu uso algumas delas com bons resultados para determinadas espécies, alterando-as por vezes de acordo com as minhas experiências e preferência. Estas misturas são por vezes feitas por empresas especializadas no ramo e fruto de alguma investigação e contactos com criadores conhecedores. Além das misturas que já indiquei dou às minhas aves outros tipos de sementes, embora não entrem na mistura base. Em especial durante os periodos de esforço (reprodução e muda) dou-lhes sementes mais ricas como o canhâmo, linhaça, colza que são sobretudo uma guloseima. Durante a criação os mais exigentes recebem também sementes selvagens verdes, semente de relva e sementes imaturas de gramíneas diversas.

Para além de termos a obrigação de dar às nossas aves as melhores condições possíveis, concordo com os que acham perfeitamente disparatado que algumas pessoas invistam centenas ou até mesmo milhares de contos em pássaros para depois poupar 0,05€ num Kg de comida. Além do cuidado na escolha da mistura a usar devemos ter especial cuidado na qualidade das sementes, em particular quanto à sua limpeza (pó e impurezas), humidade e condições de ensacamento. Se escolhemos para nós os melhores alimentos devemos fazer o mesmo para as nossas aves.

Alimentação de Insectívoros
As aves insectívoras são totalmente diferentes em hábitos e comportamento das granívoras. São extrememante activas e curiosas investigando qualquer coisa de novo no seu ambiente. Tornam-se muito domesticadas com relativa facilidade.

A alimentação destas aves não é tão difícil como seria de supôr e baseia-se em papas e granulados. O mais complicado é ensiná-las a comer as papas e reconhecê-las como alimento, daí que não devamos capturar aves selvagens. Novamente a qualidade da alimentação é essencial para garantir o seu bem estar. Existem muitas papas no mercado, e a qualidade varia (bem como o preço). A proteína é, por norma, um nutriente caro em qualquer alimento, mas entre proteína e proteína de qualidade existe uma diferença ainda maior. Facilmente percebemos que espécies cujo único alimento são insectos vivos têm elevadas necessidades de proteína de qualidade. Não podemos substituir esta proteína de origem animal por outras, mais baratas de origem vegetal com os mesmos resultados.

Estes produtos são obtidos a partir de fontes de proteína como farinhas de peixe e sub-produtos industriais e são, por si só suficientes para manter a ave em "relativas" boas condições, desde que sejam papas de boa qualidade. O problema surge quando aparecem crias pois os pais necessitam de alimento vivo para as alimentar. Aqui temos de ter em contas a espécie em si porque se umas consomem moscas e afins outras preferem larvas e lagartas, umas gostam de formigas outras de afídios(piolhos das plantas). A maiorias destas espécies não chega sequer a criar sem que disponha de uma abundante quantidade de alimento vivo!!!

O que mais facilmente podemos arranjar são as larvas de mosca ("asticot") e as larvas de um coleóptero que vulgarmente são chamadas de bicho-trela ou larvas de farinha, que podemos criar. Para os que preferem alimento "voador" o mais indicado serão moscas da fruta que também podemos reproduzir. Se dispusermos destes alimentos mesmo as aves adultas sem crias poderão receber um banquete. Outra grande fonte de alimento vivo são as formigas de asa que podemos capturar no Outono e tentar manter durante o ano, ou os gafanhotos e grilos que conseguirmos apanhar.

Tenho grande inveja das imagens dos mercados de aves asiáticos pela abundância de espécies muito raras entre nós, na grande maioria insectívoros e da grande variedade de alimento vivo que se pode adquirir. Existem já algumas empresas estrangeiras a comercializar estes produtos, mas devo avisar os intressados que os custos são relativamente elevados e a manutenção destes alimentos vivos difícil.

De um modo geral quase todos os insectívoros gostam ainda de frutas, particularmente maçã, pêra e melão.

Alimentação de frugívoros
Estas aves comem fruta e será essa a base da sua alimentação. Recentemente existem produtos granulados que podem constituir a alimentação base destas aves e que vieram resolver alguns problemas como a acumulação de ferro no fígado (hemocromatose).

Não há grande dificuldade em manter adultos e crias pois uma vez adaptados a esta dieta podem alimentar com ela as crias, é sim importante variar muito o regime de frutas que lhes damos e por vezes juntar alguns insectos que comem com agrado. A alimentação mais frequente destas aves e que ainda é referida em muita da bibliografia disponível refer o uso de alimentos para cães ensopados em água, cereais cozidos ou papas caseiras. Como não conheço bem estas aves não posso adiantar mais sobre estes regimes além de que, tendo conhecimento da facilidade com que estas aves sofrem de problemas de fígado e da constituição da maioria dessas rações no mercado, será um risco usar estas dietas pelo menos como alimento exclusivo. Em todo o caso parecem ser as rações de cachorro as mais apropriadas.

Aves como os tucanos que se englobam neste grupo e até mesmo alguns Mynahs são demasiado valiosas para que seja descurado qualquer aspecto com a sua manutenção!

Alimentação de nectarívagos
Incluem-se neste grupo algumas das mais fascinantes aves como os Loris e colibris.

Esta alimentação é muito energética e podemos encontrar diversos preparados alimentícios para dissolver em água específico para estas aves. Sinceramente não conheço muito sobre este assunto e tudo o que sei foi por ler artigos referentes a isso. Todavia parece ser unânime a opinião de que não é difícil mantê-los porque a alimentação é exclusivamente à base desses produtos, o problema é que são aves muito exigentes em instalações e cuidados gerais.

Para quem já visitou a AVISAN em algumas das suas edições, onde esteve presente um criador francês com os seus colibris, não preciso de dizer mais nada sobre o modo como qualquer amante de aves fica maravilhado com tais "jóias vivas".

A alimentação é, em termos químicos e nutricionais, relativamente simples à base de uma mistura de melaço, açúcar, leite em pó e mais alguns nutrientes dissolvidos em água mineral. Esta mistura forma um meio extremamente rico o que favorece o crescimento de bactérias pelo que tem de ser trocado muitas vezes, no mínimo duas vezes por dia ou mais em tempo quente. Existem já no mercado misturas solúveis de néctares. Para quem esteve (está) tentado em experimentar manter estas aves nada melhor que falar com quem sabe e contactar as poucas pessoas que as têm, em particular os colibris, para ficar consciente de todos os cuidados e dedicação que isso implica.
Por muito importante que seja a limpeza das nossas instalações não é necessário cair em exageros. O importante é que quando adquirirmos as gaiolas e os utensílios tenhamos em atenção a facilidade com que os podemos desmontar para que perturbemos o mínimo possível as nossas aves aquando da limpeza.

Eu limpo as gaiolas no mínimo 2 vezes por ano. Uma antes do inicio da criação e outra depois. Durante o resto do ano caso seja necessário poderemos utilizar um pano humedecido ou uma esponja. Penso que é suficiente.

Quanto aos restantes acessórios sou um pouco mais escrupuloso. Limpo os tabuleiros e as grades do fundo das gaiolas uma vez por semana excepto na época da criação em que limpo duas vezes. Para isso basta colocar dentro de um recipiente com água e lixívia durante aproximadamente uma semana. Os tabuleiros devem ser forrados com papel absorvente ou então com jornal e desinfectados com um bom acaricida.

Os bebedouros, comedouros, banheiras, poleiros., são mudados uma vês por semana e colocados também num recipiente com água e lixívia. Excepto no verão, em que os comedouros de sementes germinadas, vegetais e papa e os bebedouros são trocados todos os dias.

Os poleiros penso que é suficiente mudá-los de 3 em 3 semanas.

Não se preocupe em utilizar a lixívia na desinfecção dos utensílios. Basta deixá-los secar bem ao ar, que a lixívia evapora tornando assim este processo inofensivo para as nossas aves.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Tudo o Tipo de Doencas

DOENÇAS

Qualquer doença grave ou uma simples indisposição nos canários é quase sempre evidente: um canário encolhido, com a cabeça debaixo da asa, que dormita durante a maior parte do dia, come pouco ou nada, não canta e está apático, muitas vezes com as penas emaranhadas e transpira, e não é raro ver o seu pequeno corpo sacudido por espasmos e calafrios provocados pela febre.Quando damos por conta do precário estado de saúde de um dos nossos canários, deve-mos isola-lo imediatamente e proceder ao seu tratamento. Se temos conhecimentos ou alguma experiência, saberemos depressa do que se trata, mas se estamos a iniciar neste campo, e o mal estar do canário se apresenta de forma insólita, o melhor então é leva-lo a um criador conhecido com experiência ou a um veterinário.Não obstante as considerações de carácter humano que nos deve levar a socorrer uma criatura que sofre, temos como prioridade evitar que a doença contagie todo o nosso plantel causando-nos graves e preciosas perdas.Actualmente através da ciência, dispomos de fármacos adequados a quase todos os tipos de enfermidades e mais importante ainda possibilita-nos a prevenção das mesmas.Algumas doenças mais comuns dos nossos canários:

Ácaros:
Geralmente, os ácaros aparecem ao adquirir novas aves ou em aviários livres devido ao contacto com aves silvestres. As aves afectadas com ácaros, ficam inquietas, mexem nas penas e mostram uma debilidade geral.Tratamento: consiste na utilização de insecticidas próprios para aves. Manter a ave durante alguns dias numa gaiola limpa e desinfectada. Pulverizar a gaiola ou os aviários com insecticidas, deixar actuar durante alguns dias e lavar tudo.

Anemia:
Ave com bico e pele muito pálido e descorado, tem falta de apetite e apresenta emagrecimento.Causas: falta de glóbulos vermelhos provocada por uma deficiente alimentação, carências de vitaminas, por contágio de algum parasita, ou por falta de espaço.Tratamento: acrescentar à dieta papa de ovo, verduras e um complexo vitamínico.

Artrite:
Detecta-se por um inchaço nas articulações, particularmente nas asas e patas, estando a ave constantemente no fundo da gaiola.Causas: hereditariedade, aviário húmido ou deficiente alimentação.Tratamento: lavar as zonas afectadas com um desinfectante próprio diluído em água e aplicar uma pomada adequada. Fornecer verduras.

Asma:
Dificuldade respiratória, muito cansaço com pouco esforço, bebe muita água e falta progressiva do apetite.Causas: corrente de ar, higiene das instalações, sementes de fraca qualidade e canaril muito húmido.Tratamento: fármaco adequado, espaço suficiente para a ave se exercitar, colocar a ave na «gaiola hospital», retirar sementes gordas e dar vegetais.

Bronquite:
Perda de apetite, narinas obstruídas, bico aberto, rouquidão, a ave agitada e não canta.Causas: correntes de ar, fraca renovação do ar, alterações bruscas de temperatura.Tratamento: isolar a ave na «gaiola hospital» à temperatura de 30º, administrar antibióticos e vitaminas A e D.
Coccidiose:
Ave com penas arrepiadas, sonolenta, sem apetite, diarreia de coloração desde o esbranquiçado ao vermelho, fraqueza, pele pálida, magreza e problemas na reprodução.Tratamento: administrar medicamentos adequados a esta enfermidade, adicionados à papa ou na água. Existem nas casas da especialidade, vários produtos para prevenir e curar a coccidiose.Prevenção: a coccidiose está directamente relacionada com cuidados gerais de higiene, alimentação bem pensada, água limpa e mudada diariamente, manejo adequado ao tipo de criação, isolamento das aves doentes, realização de exames pelo Veterinário no caso de mortalidade acentuada.

Colibacilose:
Causas: doença provocada por um agente bacteriano com variantes, umas sem causar males maiores, convivendo pacificamente no intestino da ave e outras pelo contrário são patogenicas e resistentes a antibióticos. Os sintomas tanto nos jovens como nos adultos manifestam-se por uma diarreia frequente e de cheiro intenso. As penas das fêmeas podem-se apresentar molhadas pela diarreia das crias, morte destas entre o 4º e 10º dia de vida.Tratamento: Utilizar antibióticos adequados à doença com duração média de 10 dias, sendo que devemos complementa-lo com um bom complexo vitamínico após esse período.

Diarreia:
Evacuação constantemente com fezes líquidas. Abdómen apresenta cor avermelhada.Causas: fraca higiene no canaril e alimentação imprópria.Tratamento: isolamento da ave na «gaiola hospital» e administrar um antibiótico adequado à base de Terramicina ou Aureomicina. Dar vitamina C e retirar todas as verduras e sementes negras ficando a ave só a comer alpista até o seu restabelecimento total.

Muda anormal:
Mudança das penas fora de época, irregularidade na formação das mesmas com quedas frequentes.Causas: mudanças bruscas de temperatura; excesso de calor ou frio; local muito húmido ou muito seco; correntes de ar; mudança de alimentação; Stress; baixa luminosidade durante o dia; excesso de luminosidade artificial.Tratamento: administrar diariamente uma papa de boa qualidade enriquecida com vitaminas e minerais.

Proventriculite:
Inflamação do papo causada por fungos, é encontrada com grande facilidade nos canários de cativeiro muito povoados e com grandes défices de higiene, provocando uma altíssima mortalidade nos jovens, em torno de 100%, normalmente entre 8 e o 9 dia de vida.Tratamento: acompanhamento veterinário para a escolha do melhor medicamento e sua toxicidade. Os adultos não apresentam sintomas. O Proventrículo apresenta-se cheio de alimentos não digeridos, na mucosa interna do órgão, uma secreção esbranquiçada que normalmente se encontra contaminada por infecções secundárias bacterianas.

Salmonelose:
A Salmonelose é provocada por um grupo de numerosas espécies de bactérias que atingem todas as aves, principalmente os passiformes. Não existem sintomas específicos sendo alguns manifestados por asas caídas, olhos semi-fechados e uma dificuldade respiratória. Os jovens atingidos apresentam o abdómen inflamado, fezes de cheiro intenso e líquidas e por vezes aderentes à cloaca. A doença é mais comum nos adultos. Na forma aguda, a morte pode ocorrer de 1º a 4º dias. Fezes diarreicas e esbranquiçadas.Tratamento: higiene do criador e desinfecção do ambiente muito rígida, pois, trata-se de uma doença comum ao homem e ao animal. Em animais mortos observa-se muitas lesões nos pulmões, rins, fígado., etc.

Stress:
Ave assustada, sonolenta, abatida devido a alimentação imprópria ou excesso de antibióticosCausas: sustos, barulhos repentinos no canaril, etc.Tratamento: administrar vitaminas e eliminar os barulhos, as causas da fadiga, a deficiente alimentação, as mudanças de temperaturas e o excesso de parasitas.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

bom dia caros amantes de aves crie-i este blog com a ajuda de alguns amigos que me forneseram algumas fotos para por no blog espero que gostem do meu blog e que comentem para melhor esqualresimen-to podem contactar marcobrito_@hotmail.com ou 918338173.obrigado

Bico-Grossudo




Bico-Grossudo


Bico-Grossudo


Dom Fafe com Crias


Bico-Grossudo com Crias


Bico-Grossudo


Cardinalito da Venezuela


Canario Bruno Pastel


domingo, 10 de fevereiro de 2008

Hibrido de Pintassilgo x Dom Fafe


Tentilhão com o Ciu


Chamarixes macho e femea


Dom Fafe Macho


Hibrido de Pintarroxo


Tentilhão Montes


Dom Fafe Femea com Crias


Pintassilgo Normal e Major


Pisco de Peito Ruivo


Dom Fafe Macho


Pisco de Peito Ruivo




Pintassilgo a dar de Comer as Crias


Guarda-Rios




Guarda-Rios


Gaiola de Esposição


Matarial para Constroção de ninhos


Ninhos


Canario Gloster


Canario Amarelo Intenso


Canario Branco Resentivo


Tentilhoes Acasalar


sábado, 9 de fevereiro de 2008

Pintassilgo Major Mutacao Ino Bruno







Canario Mosaico Vermelho


Pintarroxo Negral


Pintarroxo Cardeal


Pintassilgo Preto




Pintassilgo Santiné Novo


Pintassilgo Santiné


bom dia caros amantes de aves crie-i este blog com a ajuda de alguns amigos que me forneseram algumas fotos para por no blog espero que gostem do meu blog e que comentem para melhor esqualresimen-to podem contactar marcobrito_@hotmail.com ou 918338173.obrigado

Verdelhão Latino


Verdelhão no Girasol